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Turismo Acessível em Pelotas/RS

Conhecer a lugares tradicionaiss na cidade gaúcha de Pelotas, como as charqueadas e o Museu do Doce, com o acompanhamento de guias que resgatam toda a história e a cultura do local. Essa é a proposta do PRIMEIRO ENCONTRO OLHO DE SOGRA, que irá levar o público com deficiência visual para um divertido passeio cultural no município. O título “Olho de Sogra” remete ao tradicional doce que torna a cidade conhecida e também é uma brincadeira com o “olho” e a dificuldade de enxergar por parte do público-alvo do passeio. As atividades serão nos dias 29 e 30 de abril – junto ao feriado do dia 1o de maio – e chamam atenção para a importância do turismo acessível a todos os públicos.

As inscrições para participar do Encontro estão abertas e você pode se programar. A iniciativa surgiu por parte do consultor em acessibilidade em ambientes culturais Leandro Pereira, que cursa Museologia na Universidade Federal de Pelotas e, por ter deficiêncis visual, acaba sentindo na prática as dificuldades de realizar passeios turísticos. Segundo ele, todos os pontos visitados terão guias e contarão com audiodescrição do espaço. Fazem parte da equipe de recepção estudantes e profissionais de Museologia, Terapia Ocupacionale t Turismo, o que evidencia a importância de uma abordagem interdisciplinar da proposta. Se você se interessou entre em contato através do e-mail:

encontroolhodesogra@gmail.com

Ou pelo link:

www.sitiodosvox.com/olhodesogra

Obras do Festival de Cinema Acessível serão exibidas em Gramado

O Estúdio O Som da Luz e o Instituto Estadual de Cinema exibem durante a programação do 43º Festival de Cinema de Gramado dois longas-metragens com acessibilidade para pessoas com deficiência. Os clássicos “O Tempo e o Vento”, de Jayme Monjardim, e “Tropa de Elite”, de José Padilha, terão sessão com audiodescrição, legendas e língua de sinais. A intenção é que pessoas cegas, com baixa visão, surdas, com deficiência auditiva ou sem nenhuma deficiência compartilhem da experiência fílmica na mesma sala de projeções durante a programação do Festival de Gramado.

Os títulos foram exibidos recentemente na programação do Festival de Cinema Acessível, que ocorreu na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. Quem ainda não viu ou quer repetir a dose poderá assistir, na serra gaúcha, “O Tempo e o Vento” no dia 9 de agosto (domingo) e “Tropa de Elite” no dia 15 (sábado). A organização do Festival de Cinema oferece nas duas datas transporte gratuito de ida e volta de Porto Alegre para Gramado aos interessados.

“Temos orgulho de levar essas obras para Gramado, pois esse evento é uma referência nacional. Está na hora de todos os envolvidos na cadeira produtiva do cinema perceberem que acessibilidade é fundamental”, afirma Sidnei Schames, idealizador do projeto sócio do Estúdio O Som da Luz. Antes da exibição de cada filme haverá um bata-papo sobre acessibilidade em produções culturais com os integrantes da equipe que trabalha no projeto.

Além das exibições dos dois longas, o Estúdio Som da Luz e o IECine foram convidados e estão dando apoio ao Painel “Acessibilidade no Cinema – Recursos e Tecnologias”, que acontece dia 14 dentro da programação do Festival de Cinema de Gramado.

SERVIÇO

PRIMEIRO FILME
O quê: Bate-papo sobre acessibilidade em produções culturais seguido de exibição de “O Tempo e o Vento”

Participantes da mesa: Marcia Gonçalves (Desenvolver Inclusão), Mariana Baierle (FM Cultura) e Sidnei Schames (Estúdio O Som da Luz)

Quando: 9 de agosto (domingo)
Horário: 15h

Onde: Sala Diamante, no Hotel Serra Azul – Rua Garibaldi, 152 – Centro – Gramado/ RS

SEGUNDO FILME
O quê: bate-papo sobre acessibilidade cultural e exibição de “Tropa de Elite 1”

Participantes da mesa: Felipe Mianes (Ulbra), Mariana Baierle (FM Cultura) e Sidnei Schames (Estúdio O Som da Luz)

Quando: 15 de agosto (sábado)

Horário: 15h

Onde: Sala Diamante – HOTEL SERRA AZUL – Rua Garibaldi, 152 – Centro – Gramado

PAINEL SOBRE ACESSIBILIDADE

O quê: Painel “Acessibilidade no Cinema – Recursos e Tecnologias
Participantes: Felipe Mianes (Ulbra), Marcia Caspary (Tagarelas Produções), Marilaine Costa (Accorde Filmes), Mimi Aragón (Ovni Acessibilidade Universal), Rafael Martins dos Santos (Acergs), Sidnei Schames (Estúdio O Som da Luz)

Quando: 14 de agosto (sexta-feira)

Horário: 14h

Onde: Sala Diamante – HOTEL SERRA AZUL – Rua Garibaldi, 152 – Centro – Gramado

SOBRE O TRANSPORTE

Nas duas datas de exibição dos filmes (9 e 15 de agosto) a organização do Festival oferecerá transporte aos interessados residentes em Porto Alegre e na região. Qualquer pessoa (com ou sem deficiência) que desejar utilizar o transporte deve fazer reserva prévia, de forma totalmente gratuita, através dos fones (51) 3286-1900 ou (51) 3286-8100, com Andréa ou Débora. O horário de atendimento é de de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h). Haverá transporte para Ida e volta, saindo do Aeroporto de Porto Alegre a partir das 9h e retorno a Porto Alegre (até o Aeroporto) das 17h30min às 19h – saindo da frente do Serra Azul. Para ambos os trechos é preciso efetuar reserva prévis diretamente com o IECINE.

Show de lançamento gratuito do álbum “O Caminho Certo”, de Luiza Caspary traz recursos de acessibilidade como Audiodescrição e Libras

O Que: Show de lançamento do álbum “O Caminho Certo”, de Luiza Caspary:

A apresentação contará com recursos de acessibilidade (AUDIODESCRIÇÃO e LIBRAS);
• Acesso e local adequado para cadeirantes .

Quando: 01/9 – às 12h (meio-dia)

Onde: CCSP – Sala Adoniran Barbosa – Rua Vergueiro, 1000 São Paulo/Sp

Quanto: Gratuito

Realização: Prefeitura de São Paulo – Cultura. Centro Cultural São Paulo.

Apoiadores: Ver com Palavras, Tagarellas Audiodescrição, A2 Sistemas Audiovisuais, Potpourri Cultural, Estúdio UK, Folhas e Frutas.

A banda é formada pelos músicos Luciano Lobato na bateria, Leo Mereu no baixo e Gabriel von Brixen na guitarra. Terá também a participação especial do cantor Gabriel Camilo e do violoncelista Bruno Serroni.

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Relato de experiência: 6ª Primavera dos Museus em Salvador/BA

Nos dias 25 e 26 de setembro estive participando da 6ª Primavera dos Museus, em Salvador/BA, cujo tema central foi “A Função Social dos Museus”. O evento, promovido pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e pelo Ministério da Cultura, ocorreu em diversas cidades brasileiras. Fui convidada para apresentar o documentário “Olhares”, dirigido por mim e por Felipe Mianes. O filme trata do aesso à cultura por pessoas com deficiência visual, tanto pessoas cegas quanto com baixa visão.

A apresentação, seguida por um debate com a plateia, ocorreu no Solar Ferrão, centro cultural localizado no Pelourinho. A diversidade da plateia foi o que mais me chamou atenção: desde profissionais já inseridos na questão da acessibilidade – museólogos, arquitetos, professores, historiadores – até alunos de escolas públicas da região e a comunidade em geral. Eis uma apresentação emocionante e, ao mesmo tempo, desafiante, pois tivemos a oportunidade de dialogar sobre acessibilidade cultural com uma plateia bastante heterogênea.

Além de apresentarmos o filme e realizar um debate com a plateia, participamos de outras atividades dentro da vasta programação do evento, como o Fórum de Acessibilidade em Museus. Lá, pude prestigiar o primeiro congestionamento da minha vida entre cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, deficientes visuais e as demais pessoas para entrar e sair do auditório. Algo incrível e ainda raro em eventos, mesmo com essa temática.

Nessa atividade foram apresentadas soluções práticas para tornar os museus acessíveis a pessoas com diferentes deficiências. Um grupo de jovens com deficiência intelectual da APAE de Salvador falou sobre como é possível, sim, eles frequentarem museus, adquirindo conhecimento através da experiência.

Monitores treinados, que falem devagar, repitam informações relevantes quando necessário e façam associações com o dia a dia dos visitantes podem auxiliar muito na compreensão desse público. Os jovens da APAE sugeriram ainda que os cartazes e legendas explicativos sobre uma obra ou artista tenham frases curtas, textos objetivos e com fonte grande, pois tudo isso facilita sua leitura e compreensão.

Outra coisa que esses jovens com deficiência intelectual ressaltaram bastante é que muitas pessoas têm receio de conversar com eles, de se aproximar, de conversar. Alguns se dirigem a eles de forma infantilizada. Como qualquer ser humano, eles pedem tratamento com respeito, com educação e de forma adulta.

Visitando museus em Salvador

Salvador é uma cidade com uma história cultural riquíssim. São mais de trinta museus na capital baiana. Tive a oportunidade de conhecer o Museu de Arte Moderna da Bahia, que está com a exposição sobre a vida e obra de Jorge Amado. Uma exposição muito rica e que, na primeira quinzena de outubro, contará com visitas guiadas com audiodescrição – recurso que permite o acesso a todo o conteúdo visual do espaço a pessoas com deficiência visual.

A audiodescrição no MAM é realizada pelo grupo Tramad, coordenado pela professora Eliana Franco, com quem pude conversar bastante, da Universidade Federal da Bahia. Uma pessoa incrível, grande profissional da audiodescrição no país.

Outro espaço que me chamou bastante atenção foi o Museu Udo Knoff, localizado no pelourinho. Udo Knoff foi um ceramista alemão, que veio ao brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Lá diversos azulejos, peças em cerâmica e esculturas do artista encontram-se expostos. O local conta com piso tátil, cartazes em braille e fonte ampliada, além de oportunizar que pessoas com deficiência visual toquem as obras.

O próprio Udo Knoff desenvolveu no Brasil diversas oficinas de arte para pessoas com deficiência visual. Esses dois museus são exemplos interessantíssimos de como é possível tornar esses espaços acessíveis a todos os públicos.