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Peça “Nossa vida não vale um Chevrolet” com audiodescrição

Na próxima sexta-feira (20 de abril), o espetáculo NOSSA VIDA NÃO VALE UM CHEVROLET terá sessão com audiodescrição. A ação é promovida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre/ SMC/ FUMPROARTE. Este é o primeiro de cinco projetos já selecionados pelo FUMPROARTE que contarão com acessibilidade para pessoas com deficiência visual.

NOSSA VIDA NÃO VALE UM CHEVROLET conta a saga de uma família de ladrões de carros, que vive à margem da sociedade e tem seu destino ainda mais desestruturado após a morte do patriarca. A situação se torna pior com o envolvimento dos três irmãos com uma mesma mulher.

Ao final da apresentação haverá um bate-papo com o elenco da peça.

Quer uma amostra? Confira a descrição de uma cena do espetáculo:

“O fogo ainda crepita dentro da lata de tinta. Na penumbra, Monk bebe da garrafa de bolso. Joga a cabeça para trás e ergue a garrafa, despejando a bebida para dentro da boca. Cambaleia. Bebe mais. Deixa-se cair sentado no chão. Deita.

Sílvia chega caminhando devagar. Detém-se ao se deparar com Monk. Avança até ele, que, ao percebê-la, ergue o corpo lentamente até sentar. Monk passa as mãos pelas pernas de Sílvia. Roça o rosto em suas coxas, enquanto ela afaga os cabelos dele. Sílvia se agacha e acaricia o rosto de Monk. Ele baixa a cabeça. Ela o segura pelo queixo e aproxima seus lábios dos dele. Beijam-se longamente. Ele volta a baixar a cabeça. Ela mostra um molho de chaves. Segurando-o pelo braço, Sílvia ajuda Monk a se levantar. Ele guarda a garrafa no bolso do macacão, passa o braço sobre os ombros dela e caminha com dificuldade até o ambiente da cortina de franjas. Sílvia ajuda Monk a sentar sobre a caixa de som. Deixa a bolsa e as chaves no chão. Monk bebe.”

INFORMAÇÕES GERAIS:

Sessão com audiodescrição de Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet (espetáculo de teatro adulto)

Quando? dia 20 de abril, às 20 horas. A transmissão da audiodescrição terá início às 19:45. O evento termina em torno das 21:40.

Onde? no Centro Cenotécnico, na Rua Voluntários da Pátria, 1370.

Como chegar? O Centro Cenotécnico fica entre a Rua Garibaldi e a Rua Ramiro Barcelos. A tarifa de taxi, partindo do Mercado Público, fica em torno de R$ 10,00.

Quanto? entrada franca para pessoas com deficiência visual, mediante reserva antecipada.

ATENÇÃO: São apenas 40 lugares. Reserve seu ingresso com antecedência pelo e-mail milpalavras@milpalavras.net.br ou pelo telefone (51) 9993-5292.

NOSSA VIDA NÃO VALE UM CHEVROLET

Texto de Mário Bortolotto e direção de Adriane Mottola. No elenco, Rafael Guerra, Cassiano Ranzolin, Morgana Kretzmann, Fernanda Petit, Carlos Azevedo, Guilherme Zanella, Plinio Marcos Rodrigues e Eduardo Cardoso. Produção: MeK Produções Artísticas

Audiodescrição: Mil Palavras

Apoio: CEAPP – Centro Especializado de Apoio Pedagógico e Produção

Financiamento: FUMPROARTE – Prefeitura Municipal de Porto Alegre/ SMC

Exposição com audioguia

Ocorre no próximo sábado (dia 24), às 17h, a abertura da exposição “O Solar que Virou Museu”, no Museu Joaquim Felizardo, em Porto Alegre.

A exposição conta com audioguia com a leitura dos textos dos paineis e a descrição de todas as imagens (fotografias, documentos, reportagens de época, linhas de tempo e objetos arqueológicos).

A abertura da exposição faz parte das comemorações dos 240 anos de Porto Alegre. A mostra integrará a exposição permanente do Museu, que conta também com elevador e banheiro acessível.

A entrada é franca e as visitações podem ser feitas de terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 11h30 e das 14h às 17h30 e aos sábados, das 13h30 às 17h30.

Endereço: Rua João Alfredo, 582 – Cidade Baixa – Porto Alegre/RS

Para mais informações, incluindo a descrição do convite oficial e um trechinho do audioguia em primeira mão clique aqui.

Nova peça de Luciano Alabarse terá sessão com audiodescrição em Porto Alegre

Espetáculo estará acessível a pessoas cegas ou com baixa visão no dia 10 de março

Inimigos de Classe, a nova peça do diretor Luciano Alabarse que estreia em março no Theatro São Pedro, em Porto Alegre/RS, terá uma de suas apresentações audiodescrita. A sessão está marcada para o dia 10 de março, sábado, às 21h. Com a audiodescrição, pessoas cegas ou com baixa visão terão acesso a todo o conteúdo visual do espetáculo: cenário, figurinos, luz, caracterização dos personagens e suas expressões, gestos e movimentos em cena.

Para Alabarse, esse recurso de acessibilidade será fundamental para ajudar a transmitir a quem não enxerga, ou enxerga pouco, o tema atualíssimo do espetáculo: a falência do sistema educacional público no que diz respeito ao universo dos alunos marginalizados. “A peça tem muita ação e aposta suas fichas na construção dos personagens. Assim, a descrição de suas características, ações e ambiente será decisiva para facilitar o pleno entendimento das pessoas com deficiência visual”, afirma o diretor.

A audiodescrição será narrada ao vivo, tendo como base um roteiro previamente elaborado. O equipamento é o mesmo utilizado em eventos com tradução simultânea: fones de ouvido que captam o sinal de áudio emitido de dentro de uma cabine acusticamente isolada. Desta maneira, o som da audiodescrição será ouvido exclusivamente pelas pessoas que usarem o receptor. Basta solicitá-lo na entrada do Theatro, mediante a apresentação de documento de identidade.

A iniciativa é uma produção do estúdio Som da Luz em parceria com a Tagarelas Produções e tem apoio do Centro Especializado de Apoio Pedagógico e Produção (CEAPP) – um convênio entre a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) e a União de Cegos do Rio Grande do Sul (UCERGS). O roteiro da audiodescrição é de Mimi Aragón e Marcia Caspary, que também responde pela narração, com revisão de Marilena Assis, consultora cega e professora das redes públicas municipal e estadual, e supervisão de Lívia Motta, uma das maiores especialistas brasileiras em acessibilidade cultural.

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SERVIÇO

• Audiodescrição de Inimigos de Classe, nova peça de Luciano Alabarse. No elenco, Denis Gosch, Eduardo Steinmetz, Fabrizio Gorziza, Fernando Zugno, Gustavo Susin, Marcelo Adams, Marcelo Crawshaw e Mauro Soares.

• 10 de março, sábado, às 21h, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Recomenda-se chegar às 20h.

• Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do Theatro a partir do dia 1º de março e custam entre R$ 20 e R$ 50, com 50% de desconto para o público com deficiência visual. Mais informações pelos fones (51) 3227 5100 e (51) 3227 5300.

Detalhes sobre a produção da audiodescrição:
Estúdio Som da Luz e Tagarelas Produções
(51) 3086 0527 – (51) 8118 9814 – (51) 8451 2115

Audiodescrição torna exposição de fotos acessível a pessoas com deficiência visual no Centro de Porto Alegre

Ação será no dia 11 de janeiro, às 18h, no Largo Glênio Peres

 

 A exposição de fotografias da artista Carmem Gamba, no Centro da Capital, estará acessível a pessoas cegas e com baixa visão. Um grupo de audiodescritores ligado à Mil Palavras Acessibilidade Cultural realizará sessão de audiodescrição (AD) ao vivo dos painéis de fotos instalados no gradil do Chalé da Praça XV, no Largo Glênio Peres. A ação ocorre no próximo dia 11 de janeiro (quarta-feira), às 18h.

 

Pessoas com deficiência visual poderão entrar em contato com as imagens e compreender a exposição – que faz parte da mostra Artemosfera. A AD consiste em um recurso que torna acessível, através da narração, qualquer evento, vídeo ou produto cultural em que as imagens sejam relevantes para o entendimento e a interação com o conteúdo.

 

Serão oferecidas vendas para que o público sem deficiência visual conheça a exposição sem enxergar. Letícia Schwartz, integrante do grupo e sócia da Mil Palavras, explica que o objetivo é justamente apresentar a audiodescrição ao público amplo que circula pelo Mercado Público e Centro da Capital.

 

A expectativa, afirma ela, é chamar atenção para o fato de que as pessoas com deficiência são consumidores de arte, cultura e entretenimento. A ação revela a importância da busca de soluções de acessibilidade em toda e qualquer atividade cultural, ressalta.

 

“Para as pessoas com deficiência visual, a ação possibilita o acesso a uma atividade cultural de imensa relevância. Para pessoas sem deficiência, é uma maneira diferente de entrar em contato com a arte”, comenta Letícia.

 

Dados preliminares do Censo 2010 revelam que mais de 45 milhões de brasileiros têm alguma deficiência sensorial, motora ou intelectual, quase um quarto da população do país. Desses, 35,8 milhões declaram-se com algum grau de deficiência visual. Mimi Aragón, idealizadora da ação, observa: “Essas pessoas pagam impostos como todo cidadão e precisam ter assegurada sua  inclusão cultural. A AD não é um favor, mas um direito”.

Nesse sentido, salienta Mimi, é importante que os próprios deficientes visuais conheçam o recurso para cobrar de produtores e do poder público sua inserção em todo bem cultural ou evento de qualquer natureza. “E as pessoas em geral precisam conhecê-lo para que, num futuro próximo, ele esteja amplamente incorporado ao cotidiano de todos”, afirma.

 

A artista Carmem Gamba comenta que o Largo Glênio Peres é frequentado por uma diversidade de tribos. “E nada melhor do que dar um espaço para o rosto dessas pessoas no ambiente que elas ocupam. A exposição Esse Lugar é a Minha Cara nasce dessa ideia de ligar a pessoa ao espaço possuído, onde um é espelho do outro”, explica.

 

Ela define  a iniciativa de audiodescrição de seus painéis como “maravilhosa” e “de uma sensibilidade incrível”. Sem esconder a satisfação em ter suas fotos acessíveis a um público mais amplo, Carmem afirma: “A exposição irá atingir pessoas até então não pensadas pelos fotógrafos. Minhas fotos estavam expostas somente para quem enxerga. E agora estão disponíveis também a quem não enxerga ou enxerga pouco”.

 

A fotógrafa pretende disponibilizar a AD em seus próximos trabalhos. “Quero no futuro criar também uma exposição que explore os relevos, as formas, as texturas e as sensações”, comenta.

 

 

O depoimento dos usuários da audiodescrição

 

O estudante de doutorado em Educação da UFRGS Felipe Leão Mianes, que tem baixa visão, define a audiodescrição como uma verdadeira “revolução no acesso à cultura”. Segundo ele, o recurso representa uma imensa possibilidade de inserção cultural. “É um importante instrumento na adquisição de conhecimento e na compreensão de determinadas coisas que antes eram muito difíceis”, afirma.

 

Ele observa ainda que a realização de uma sessão de AD no Centro de Porto Alegre, onde circula uma grande quantidade de pessoas, permitirá que indivíduos que provavelmente não teriam acesso a uma exposição possam entendê-la e participar da vida cultural da cidade.

 

A professora Marilena Assis, que é cega e atua em diferentes espaços, diz que o recurso significa, para ela, oportunidade de acesso aos meios culturais – o que até hoje foi limitado em sua vida.  “A audiodescrição me entusiasma, pois agora posso compreender e discutir filmes, teatro, arquitetura e exposições com mais apropriação e segurança”, relata.

 

Conforme ela, o acesso aos bens culturais com AD é um direito que está, aos poucos, se tornando realidade. “Voltei a ter prazer em ouvir filmes na companhia de pessoas que enxergam, já que agora não perturbo os outros com minhas perguntas”, garante.

 

 

O grupo de audiodescritores

 

O grupo que assume a tarefa de descrever as imagens captadas pela fotógrafa Carmem Gamba é constituído por audiodescritores e consultores – estes com deficiência visual – arregimentados por Letícia Schwartz a partir da primeira turma de especialistas formada pela audiodescritora paulistana Lívia Motta, em Porto Alegre, no ano passado.

 

Integram o coletivo profissionais provenientes de diversas áreas – atores, escritores, funcionários públicos, jornalistas, locutores, pesquisadores acadêmicos, publicitários e técnicos de áudio – que estudam a teoria, prática e produção da audiodescrição. Juntos, já produziram a primeira AD de um videoclipe brasileiro (“O Caminho Certo”, da cantora e compositora Luiza Caspary) e a audiodescrição da mostra acessível a cegos e pessoas com baixa visão do Dia Internacional da Animação 2011, entre outros trabalhos.

 

 

SERVIÇO

O QUÊ: Audiodescrição da exposição Esse Lugar é a Minha Cara, da fotógrafa Carmem Gamba.

ONDE: Gradil do Chalé da Praça XV, no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre.

QUANDO: 11 de janeiro (quarta-feira), às 18h.

COMO: Entrada franca, com distribuição limitada de vendas para o público sem deficiência.