Uma vida mais saudável?

Fazia algum tempo que eu não estava de bem com meu corpo e com minha silhueta no espelho. As roupas estavam apertadas e algumas eu já tinha parado de usar porque deixaram de caber. Fui engordando com o passar dos anos, mas foi no segundo semestre do ano passado que isso aconteceu com mais força.

Eram muitas saidinhas após o trabalho, festas, happy hours, aniversários, confraternizações etc. E o resultado disso era uma vida desregrada em termos de horários, qualidade e quantidade – tanto para as comidas, quanto para as bebidas. O tradicional chope com batatas fritas no bar era um dos cardápios mais comuns. Esse era o meu hábito, no mínimo, de duas a três vezes na semana.

Eu sabia que estava engordando. Mas era apenas “um quilinho”. Depois, dois, três, quatro… Até que quando me dei conta estava 10 quilos acima do peso. Tenho 1,59m e em dezembro de 2014 chequei a pesar 64 quilos. A situação foi fugindo do meu controle, visto que eu devia pesar 54 quilos – exatos 10 quilos a menos.

Foi em janeiro deste ano que decidi parar de “empurrar a coisa com a barriga”. Na verdade, tudo já estava sendo empurrado com a minha barriga, que saltava a frente do meu corpo! Não estava obesa. Não era algo grave. Mas foi chocante olhar as fotos da minha formatura. Quando me formei na faculdade, em 2007, pesava 54 quilos. Sete anos depois, estava com 64. Engordei mais de um quilo por ano. Estou com 29 annos e, em uma rápida projeção, me dei conta que se continuasse assim chegaria aos 40 anos com quase 80 quilos – o que era uma péssima perspectiva.

Foi na noite de réveillon de 2014 para 2015 que comecei o ano com a resolução de que iria emagrecer. E foi uma resolução muito intensa, que vinha realmente de dentro de mim. Eu tinha muita convicção e força de vontade para colocar aquela meta em prática. Queria provar para mim mesma que eu era capaz de emagrecer. Sentia que já tinha feito coisas mais difíceis do que isso na vida e não queria decepcionar a mim mesma. Iria emagrecer dez quilos em 2015 e voltar a ter o peso de quando me formei. Iria voltar a ter aquela silhueta magrinha e que eu tanto admiro nas minhas fotos daquela época.

BUSCANDO AJUDA

Tentei começar uma dieta por conta própria. Mas, por mais que eu me esforçasse e comece coisas saudáveis, não consegui perder peso. Minha amiga Mariana Germano me indicou então uma nutricionista, a Ana Paula Campos de Azevedo. Foi com o auxílio e orientação dela que consegui atingir minha meta – e foi mais rápido do que eu imaginava.

De janeiro a abril deste ano consegui perder dez quilos! Voltei a pesar 54 quilos e estou muito feliz com meu corpo e com o estilo de vida mais saudável que levo atualmente. Mais do que me ajudar a emagrecer, a Ana Paula me ajudou a me alimentar melhor e a cuidar mais de mim. Passei por um processo de reeducação alimentar que não deve durar apenas o período da dieta, pois são novos hábitos que devem permanecer a vida toda.

O QUE FIZ PARA PERDER PESO

A Ana Paula me trouxe me ajudou a colocar em prática muitas coisas que eu sempre li ou ouvi dizer que eram importantes numa dieta, mas que nunca consegui aplicar na minha vida. Ela começou o processo perguntando tudo sobre minha rotina, meus horários de trabalho, de lazer, minhas atividades físicas e outras atividades durante o dia, meus horários de dormir e acordar etc.

A partir disso ela traçou uma dieta para mim com coisas que eram possíveis serem aplicadas dentro da minha rotina. De nada iria adiantar ela me dizer que eu tinha que comer um ovo cozido no meio da tarde se essa hora estou no trabalho e não teria como fazer isso.

O interessante da dieta foi que, com exceção dos primeiros dias – em que o corpo está se adaptando a comer menos – eu nunca passei fome. Uma das regras básicas é nunca passar mais de três horas sem comer. E mesmo que eu não tivesse fome, comia naqueles horários. Sempre comia em pequenas quantidades, mas o corpor estava sempre se alimentando. Então nunca sentia fome.

O CARDÁPIO

Meu cardápio era é composto por um café da manhã com uma fatia de pão integral ou um rap, com ricota e peito de peru, uma fruta e uma xícara de café. Depois, uma fruta no meio da manhã. Ao meio-dia, um prato cheio de salada verde e legumas, com uma carne magra. De duas a três vezes na semana comia arroz e feijão associado ao prato de salada e carne. Podia comer também uma colher de massa com molho vermelho ou uma porção de purê de batata.

Durante a tarde são dois pequenos lanches: às 15h um iogurte light e às 17h, uma fruta mais uma xícara de café. De noite é o momento em que tenho que reduzir o máximo possível o carboidrato. Às vezes comia apenas salada e um frango grelhado. Às vezes uma fatia de pão com muita salada e ovo. Ou ainda, um rap com atum e salada.

É importante fazer a janta no máximo até às 21horas. Isso porque no horário da noite o corpo absorve muito mais as calorias ingeridas, pois não vai se movimentar e queimar aqueles alimentos. Um dos meus principais erros era chegar do trabalho às 20h e não comer nada. Daí ficava com fome mais tarde e ia comer algo pesado perto da meia-noite. Passei a jantar mais cedo e não comer mais nada antes de dormir. Se ficasse com fome, comia uma fruta na ceia.

A Ana Paula me deu dicas preciosas como, por exemplo, levar sempre damascos na bolsa para quando estiver em deslocamento no trânsito e bater aquela fome louca poder beliscar. Na volta do trabalho é muito bom comer damascos enquanto estou no ônibus, pois assim não chego em casa com tanta fome.

Tomo muitos cafés ao longo do dia. Parei de colocar adoçante comum e passei a usar Stevia, que é mais saudável. É usado por pessoas diabéticas e não tem substâncias cancerígenas. Bebidas alcoólicas, refrigerantes e sobremesas simplesmente foram extintos do cardápio. Ao invés de comer sobremesa tomava um cafezinho preto com Stevia.

O PLANEJAMENTO

Um dos maiores segredos de qualquer dieta é o planejamento. Sempre tive o hábito de planejar meu dia seguinte antes de dormir. Nesse momento penso no horário em que vou acordar, o que vou fazer naquele dia etc. É nesse momento que já paro para pensar sobre come será minha alimentação no dia seguinte e o que eu precisaria levar.

Se você sabe que vai passar o dia todo na rua precisa planejar mentalmente onde vai fazer cada uma das refeições e o que você precisa levar de casa. Geralmente os bares ou cantinas que existem nas empresas não oferecem opções lights. Por isso, sempre acabo levando no mínimo um iogurte e uma fruta para o lanche. São coisas fáceis de serem carregadas na bolsa, mas é preciso uma boa organização prévia.

Um dos principais vilões de quem está de dieta são os eventos sociais. Aniversários e festas são sempre regados a comida e nunca são coisas saudáveis. A Ana sempre me disse que eu não precisaria deixar de viver e que devia aproveitar a vida, sair e me divertir. O eue eu precisava era encontrar uma forma de fazer isso sem exagerar nas comidas e bebidas. O equilíbrio foi a palavra-chave de toda a minha dieta.

Nesse sentido, se eu iria sair de noite para um happy hour, por exemplo, às vezes já levava na bolsa um sanduiche natural. Enquanto as pessoas comiam babata frita ou polenta, eu comia meu lanchinho caseiro e saudável. Assim, não comia as frituras e gordices do bar e já economizava uma graninha.

Muitos amigos brincavam comigo e debochavam dizendo que eu estava chata, não bebendo álcool, não comendo a comidinha do boteco. Mas para mim o importante era estar com eles e não comer aquelas coisas gordas. Uma pessoa que me deu muita força e foi fundamental nesse processo foi meu namorado Rafa. Ele me incentivou e me entendeu quando saiamos e eu não tomava nada de álcool e pedia uma salada. Além disso, me ensinou a comer sushi, que é uma comida saudável, que está liberada na dieta e que é deliciosa.

AS DIFICULDADES

Comecei a fazer a dieta, tentando seguí-la à risca. Digo para vocês que não foi nada fácil. Lembro que na primeira quinzena, com muito esforço, perdi somente 400 gramas. Aquilo para mim foi um banho de água fria, pois tinha feito muito esforço e não perdi quase nada. Queria resultados imediatos e eles não vieram tão rápido assim.

Fui obstinada e pensei que isso não poderia ficar abatida com o começo difícil. Eu havia me proposto a emagrecer e eu iria conseguir. Na quinzena seguinte já havia perdido 1,5 quilos. Fiquei super feliz e fui me empolgando com os resultados. Cada quilo perdido era uma conquista e uma nova motivação. A meta de dez quilos parecia muito distante. Mas quando fracionada em perder um quilo de cada vez acaba se tornando um pouco mais palpável.

Lembro que foi muito decepcionante uma vez em que me esforcei muito com a dieta e com os treinos na academia e quando me pesei havia engordado 800 gramas de uma semana para outra. Fiquei extremamente chateada. Sabia que 800 gramas não eram muito, mas minha sensação de fracasso foi grande.

Mas a nutricionista me explicou que isso era normal. Havia variações de peso de uma semana para a outra. Meu corpo estava mudando e a tendência era ele “resistir” às mudanças e tentar permanecer como estava. Ou seja, eu fazia esforço para perder peso, mas meu cérebro se esforçava para voltar ao padrão de metabolismo anterior.

Quanto mais eu me aproximava da meta, mais eu me motivava. Mais eu ficava feliz. Era empolgante ouvir os comentários das pessoas em volta percebendo que eu estava emagrecendo. Lembro que quando já havia perdido nove quilos, permaneci umas três semanas naquele peso. O último um quilo foi o mais difícil de todos. Precisei ser muito persistente para fechar os dez quilos.

OS RESULTADOS E BENEFÍCIOS

Hoje, tendo terminado a dieta de perda de epso, estou no período de manutenção. Agora a nutricionista vai me acompanhar apenas uma vez por mês. Posso comer de tudo, desde que faça substituições. Por exemplo, um dia em como coisas mais pesadas e no outro volto aos hábitos da dieta.

Não preciso mais ser tão rígida, mas as recomendações gerais devem ser seguidas para sempre. Comer bastante saladas, frutas, legumes, não jantar muito tarde, comer a cada três horas, fazer exercício físico pelo menos três vezes por semana: todos esses são hábitos que foram incorporados à minha vida mesmo que eu não precise mais perder peso.

Eu vestia manequim 40 ou 42. Agora meu tamanho é 38 ou até 36, dependendo da confecção. Fiquei perplexa ao ver que todas as minhas calças estavam caindo. Mesmo algumas saias que antes eram apertadas agora estão soltas. Tive de mandar várias peças para a costureira arrumar.

Estou mais resistente nos treinos na academia. Já consigo correr 20 minutos na esteira. Para quem não conseguia correr nem 1 minuto, correr 20 era praticamente impossível. E agora quando não corro ou fico muitos dias sem ir na academia já sinto falta da atividade física. Faço academia três vezes por semana e mais um dia por semana de dança de salão.

Mais do que magra, estou me sentindo saudável e feliz. Me sinto bonita e elegante ao entrar em uma roupa do meu novo manequim. Quando sinto cheiro de fritura sinto uma espécie de embrulho no estômago e não tenho vontade de comer esse tipo de coisa. Estou feliz com o meu corpo e com esse novo estilo de vida.

Estou mais interessada em aprender receitas e comidas saudáveos feitas em casa. Descobri que ir para a cozinha pode ser menos chato do que eu imaginava. Já não penso apenas no meu corpo enquanto estética, penso muito na minha saúde e qualidade de vida. É muito bom caminhar por uma rua e poder subir uma lomba sem ficar exausta. Estou seguindo um novo estilo de vida e estou muito orgulhosa disso.

Festival de Cinema Acessível inicia com “O Homem que Copiava” no próximo dia 8

O Festival de Cinema Acessível vai movimentar a cena cultural do Estado com títulos do cinema brasileiro. Este será o primeiro festival de cinema do país em que pessoas com e sem deficiência poderão assistir, na mesma sessão, a clássicos do cinema nacional. Haverá audiodescrição, legendas e língua de sinais de forma simultânea nas sessões. A estreia acontece dia 8 de maio (sexta-feira) com “O Homem que Copiava”, de Jorge Furtado.

Na sequência serão exibidos os longas-metragens “Saneamento Básico, O Filme” (22 de maio), “O Tempo e o Vento” (5 de junho) e “Dois Filhos de Francisco” (19 de junho). Todos os títulos contam com recursos de acessibilidade para pessoas cegas, com baixa visão, surdas e com deficiência auditiva. As exibições acontecem na Cinemateca Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, sempre nas sextas-feiras às 19h30.

O Festival de Cinema Acessível é uma realização do Estúdio Som da Luz através da Lei Rouanet, com patrocínio do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e Banrisul Consórcio e apoio da Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana, TVE e FM Cultura. A curadoria é de Gilnei Silveira e Zé Geraldo. A entrada é franca, mas é necessário reservar o ingressos através do email festivalcinemaacessivel@gmail.com.

SERVIÇO:

O quê: Festival de Cinema Acessível

Datas: 8 de maio (O Homem que copiava); 22 de maio (Saneamento Básico, O Filme); 5 de junho (O Tempo e o Vento) e 19 de junho (Dois filhos de Francisco) – sempre nas sextas-feiras

Horário: 19h30

Onde: Cinemateca Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 – Centro – Porto Alegre/RS)

Facebook: Festival de Cinema Acessível

Ingresso: entrada franca com recerva prévia pelo email festivalcinemaacessivel@gmail.com