Dica de leitura: “Mude seu falar que eu mudo meu ouvir”

A obra “Mude seu falar qu eu mudo meu ouvir” conta a história de sete jovens com Síndrome de Down (Carolina Fijihira, ana Paiva, Beatriz Giordano, Carolina Maia, Carolina Golebski, Claudio Arruda e Thiago Rodrigues), que participam de atividades em uma organização que dá suporte a pessoas com deficiência intelectual.

A Carpe Diem tem sede em São Paulo e foi fundada em 1996. O nome “Carpe Diem” significa gozar o dia, viver o presente. E o objetivo da instituição é justamente mostrar à sociedade que pessoas com deficiência intelectual podem fazer escolhas, construir o futuro e desenhar os passos necessários para atingi-lo, mesmo que para isso precisem do apoio da família, amigos, pessoas da comunidade e profissionais.

Jovens participantes da Carpe Diem vinham batalhando por uma maior participação e visibilidade social. Apesar de muito esforço, eles continuavam invisíveis para a sociedade. Não queriam mais ser representados; queriam tomar a palavra no que se referia a si mesmos.

O livro “Mude seu falar que eu mudo meu ouvir” se constitui a partir do relato oral desses jovens. Uma mediadora da Carpe Diem realizou perguntas e conduziu o debate. Os depoimentos foram todos gravados e depois transcritos. Para manter a autoria dos textos, as frases foram transcritas da forma como foram ditas pelos autores, sem correções gramaticais, mantendo a essência do relato oral e a identidade dos jovens.

Ao longo da obra eles dão sugestões e orientam a sociedade sobre a melhor forma de lidar com pessoas dom down, como ajudá-las e como conviver da melhor forma. Para auxiliar na comunicação, a principal dica é falar devagar, olhando nos olhos da pessoa com deficiência intelectual para prender sua atenção. Usar o auxílio de desenhos, esquemas e palavras-chave ajuda muito.

Em uma conversa, evite o uso de metáforas e elementos abstratos. Seja o mais direto possível, use frases curtas e objetivas. Na escola ou na faculdade, todo tipo de apoio visual contribui com o aprendizado: esquemas, gráficos, tópicos e desenhos.

Em palestras ou seminários, onde há falas muito rápidas e uma quantidade densa de informações, a presença de um mediador, que traduza e simplifique o conteúdo se faz necessária./ essa pessoa deve estar próxima ao público com down. Essa pessoa irá repetir de forma resumida o que foi dito, utilizando apoio de elementos visuais, fazendo esquemas e anotando palavras-chave.

Para lidar com dinheiro, saber o valor do troco a ser recebido e organizar as próprias contas, o apoio visual também é importante./ um caderninho para colocar os cálculos e registrar tudo visualmente é um recurso importante. Mesmo que a pessoa nao tenha autonomia para realizar operações sozinha em um caixa eletrônico ou no banco, é importante que ela acompanhe o processo, saiba que tipo de ajuda está recebendo. Assim, mesmo que não consiga realizar todasa as etapas do processo, ela terá consciência e segurança com relação às próprias finanças.

Para atividades rotineiras, como pegar ônibus todos os dias em determinado horário ou deixar um alimento do fogo, o auxílio de um timer ou despertador no celular é uma ótima opção. Isso porque as pessoas com deficiência intelectual podem ter maior dificuldade para dimensionar o tempo, que muitas vezes é algo abstrato.

De forma geral, carinho, compreensão, paciência e jamais subestimar as capacidades da pessoa com Down são as principais reivindicações dos autores. Para ter acesso ao livro ou ao trabalho da Carpe Diem, entre no site www.carpediem.org.br.

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