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“A OESTE DO FIM DO MUNDO” TERÁ SESSÕES COM AUDIODESCRIÇÃO E LEGENDAS

O longa-metragem, com direção de Paulo Nascimento, estreia no dia 28 de agosto.

Produção da Accorde Filmes, o drama “A Oeste do Fim do Mundo” estreia no próximo dia 28 de agosto, em 14 praças do país. Em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre entrará em cartaz com uma sessão diária com audiodescrição aberta e legendas em português. Os recursos possibilitam acessibilidade tanto para pessoas com deficiência visual e baixa visão como para pessoas com deficiência auditiva, promovendo uma ação inédita de inserção cultural.

A HISTÓRIA:

Ruta 7, Argentina. Um velho posto de gasolina, perdido na imensidão da estrada transcontinental, é o refúgio do introspectivo Leon (César Troncoso). De poucas palavras, poucos gestos e nenhum amigo, sua solidão só é quebrada por um ou outro caminhoneiro eventual que passa por ali para abastecer. Ou pelas visitas sempre bem humoradas do sarcástico Silas (Nelson Diniz), um motociclista com ares de hippie aposentado.
Até o dia em que a enigmática e inesperada chegada de Ana (Fernanda Moro) transforma radicalmente o cotidiano de Leon e Silas. Aos pés da imponente Cordilheira dos Andes, segredos que pareciam estar bem enterrados vêm à tona, reabrindo antigas feridas e mudando para sempre a vida dos protagonistas.

AS SESSÕES ACESSÍVEIS:

O filme será exibido com audiodescrição e legendas no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, em São Paulo, no Espaço Itaú de Cinema Botafogo, no Rio, e na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, sempre na primeira sessão.
EM PORTO ALEGRE, ATÉ A PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, SEMPRE ÀS 15H, HAVERÁ SESSÃO ACESSÍVEL NA CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA.

ELENCO:

Cesar Troncoso
Fernanda Moro
Nelson Diniz
Alejandro Fiore
Marcos Verza
Clemente Viscaíno
Naiara Harry
Santiago Cinollo

FICHA TÉCNICA:

Produção: Accorde Filmes
Direção e Roteiro: Paulo Nascimento
Direção de Fotografia: Alexandre Berra
Direção de Arte: Voltaire Danckwardt
Produção Executiva: Marilaine Castro da Costa e Leonardo Machado
Produção Executiva Argentina: Martin Viaggio, Carla Gallas e Tomás Buchanan
Coprodução: Bufo Films e Panda Filmes
Direção de Produção: Mônica Arocha
Montagem: Marcio Papel
Música: Renato Müller

EXIBIÇÃO DO FILME COLEGAS COM AUDIODESCRIÇÃO NO CINE SABESP

SABESP, ADEVA E GATACINE convidam para a exibição do filme COLEGAS com audiodescrição:

Data: 28/01/2013.

Horário: 14:30 horas.

Local: Cine SABESP.

Endereço: Rua Fradique Coutinho, 361, Pinheiros – São Paulo/SP

Após a exibição do filme será sorteado um Iphone.

Faça sua inscrição pelos telefones: 5084-6693 5084-6695 ou pelo email: livia@vercompalavras.com.br

Sinopse: Colegas é uma divertida aventura que trata de forma poética coisas simples da vida, através dos olhos de três personagens com síndrome de Down. Eles são apaixonados por cinema e trabalham na videoteca do instituto onde vivem. Um dia, inspirados pelo filme “Thelma & Louise”, resolvem fugir no Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte) em busca de três sonhos: Stalone (Ariel Goldenberg) quer ver o mar, Aninha (Rita Pokk) quer casar e Márcio (Breno Viola) precisa voar. Nesta busca, se envolvem em inúmeras aventuras como se tudo não passasse de um maravilhoso sonho.

Filmado na região de Paulínia, São Paulo, sul do Brasil e Argentina, Colegas traz também nomes como Lima Duarte, Leonardo Miggiorin, Marco Luque, Juliana Didone, Christiano Cochrane, Daniele Valente, Otavio Mesquita, Germano Pereira, Nill Marcondes, Thogun, além de contar com mais 60 jovens com síndrome de Down no elenco de apoio.

O longa-metragem venceu o prêmio de melhor roteiro do Festival de Paulínia (2008) por decisão unânime, o Edital de Fomento à Cultura do Estado de São Paulo (2008), também por decisão unânime, o Edital de Paulínia (2010) e o edital da Petrobras (2010). Conta com o patrocínio da Petrobras, Invest Image Caixa Seguros, Sabesp, Neoenergia, Polo Cinematográfico de Paulínia, AkzoNobel, Net, KSB, Docol, Eaton, Libbs, Locaweb, CVC, Ferro +, DaTerra e Senac.

Audiodescrição: Marcia Caspary.

Roteiro: Mimi Aragon, Marcia Caspary, Kemy Oshiro.

Consultoria: Felipe Mianes, Mariana Baierle.

Supervisão: Lívia Motta.

Apoio: Ver com Palavras

Fonte: http://www.vercompalavras.com.br/blog/?p=1200

Meu nome não é Johnny; Meu nome é Mariana

Essa semana assisti a meu primeiro filme nacional com audiodescrição: “Meu nome não é Johnny”. A experiência foi fantástica. Sempre pensei que filmes nacionais eram mais acessíveis para mim – e de fato são – porque não tenho que ler as legendas (tentar lê-las) ou compreender o inglês.

Percebi a riqueza de informações adicionais trazidas com a audiodescrição. Tendo baixa visão, tais detalhes realmente teriam escapado à minha percepção. Troca de imagens e ambientes muito rápida, passagem do tempo, situações intercaladas do mesmo personagem quando criança e quando adulto etc. Esses são momentos críticos, essenciais para a compreensão de um filme, em que de fato não consigo acompanhar o enredo.

A sensibilidade do roteirista da audiodescrição Alexandre Leal me chamou muita atenção. Seu senso crítico para perceber exatamente o que é relevante (e o que não é) são fundamentais nesse trabalho. A audiodescrição precisa proporcionar ao espectador a compreensão da obra em sua plenitude e grandiosidade, sem perder sua profundidade.

É um trabalho riquíssimo e que tem ainda a dificuldade de que a voz do audiodescritor pode ser inserida apenas nos momentos em que não há diálogos entre os personagens. Ou seja, não pode haver concorrência entre a voz da a voz dos personagens e do audiodescritor. São nesses preciosos segundos de silêncio na trama em que a audiodescrição é inserida.

Uma das descrições, que pode parecer simples para um espectador sem deficiência visual, me pareceu genial. É o momento em que o audiodescritor afirma: “Sequência de imagens de João vendendo drogas”. Não havia tempo hábil para o detalhamento de cada imagem, mas a ideia fundamental (que era importante para a compreensão da história) foi transmitida ao espectador – que, mesmo sendo uma pessoa com baixa visão, talvez não percebesse seu significado devido à velocidade com que as cenas passam na tela.

A udiodescrição representa um trabalho aguçado de tradução: tradução de imagens em palavras. Mais do que isso, a audiodescrição torna viável ao deficiente visual algo que antes era impossível, algo que era um universo a parte e inacessível – esse fantasioso e inexplorável mundo do cinema e do audiovisual.

“Meu nome não é Johnny” (2008), sob direção de Mauro Lima, conta a trajetória (baseada em fatos reais) de João Guilherme Estrella, um jovem de classe média que se envolve com o tráfico e todas as dificuldades que o mundo das drogas podem trazer. O protagonista (interpretado por Selton Mello) vive um romance conturbado com Sofia (interpretada por Cléo Pires). É preso por tráfico internacional de drogas, acaba internado em um hospital psiquiátrico, mas consegue se recuperar.

Assim como João Guilherme Estrella se recupera das drogas, o filme trouxe, para mim, um significado de recuperação muito grande. Recuperação no sentido de resgatar meu direito e minha vontade de ir ao cinema, conhecer, discutir e repercutir filmes. Recuperei meu desejo de entender sobre cinema, participar e vivenciar suas histórias.

Recuperei, através de “Meu nome não é Johnny”, minha vontade de ser protagonista de uma vida com acesso à cultura do cinema para todos. Digo agora: “Meu nome não é Johnny; Meu nome é Mariana e quero audiodescrição em todos os filmes daqui pra frente.”