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Fundação Liberato e Tagarellas oferecem curso sobre audiodescrição

As inscrições estão abertas e as aulas, sempre aos sábados, vão de 26 de abril a 7 de junho, em Novo Hamburgo/RS

A Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo/RS, oferece o curso Introdução à audiodescrição: traduzindo imagens com palavras, ministrado pela equipe da Tagarellas Audiodescrição. As inscrições estão abertas pelo e-mail dppi@liberato.com.br. Serão seis encontros, aos sábados pela manhã e à tarde, com início dia 26 de abril e término em 7 de junho, totalizando 42 horas/aula.

O curso tem caráter introdutório, visando apresentar as potencialidades da audiodescrição e sua relação com a educação e a formação cultural dos sujeitos com deficiência visual. Estão previstas atividades teóricas e práticas, com espaço para debate e partilha de experiências.

O público-alvo é constituído por professores, produtores culturais, cineastas, artistas, pesquisadores, comunicadores, guias turísticos, profissionais que atuam com acessibilidade em todas as áreas e demais interessados. Haverá certificado de participação para aqueles que tiverem frequência mínima de 75% e realizarem todas as atividades previstas. O investimento é de R$ 240,00 (em 3 parcelas de R$ 80,00 ou com 5% de desconto para pagamento à vista). As vagas são limitadas.

SERVIÇO

O quê: Curso Introdução à audiodescrição: traduzindo imagens com palavras, promovido pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha e ministrado pela Tagarellas Audiodescrição.

Ministrantes: Felipe Mianes (historiador, mestre em Educação, doutorando em Educação pela UFRGS e audiodescritor consultor); Kemi Oshiro (jornalista, mestranda em Cinema pela Universidade Pompeu Fabra, audiodescritora roteirista e narradora); Marcia Caspary (locutora, atriz, audiodescritora narradora e roteirista); Mariana Baierle (jornalista, mestre em Letras pela UFRGS e audiodescritora consultora) Mimi Aragón (publicitária, audiodescritora roteirista e produtora).

Carga horária: 42 horas/aula.

Datas: aos sábados (26/4, 3/5, 10/5, 17/5, 24/5 e 7/6), das 9h às 12h e das 13h às 17h.

Local: Escola Técnica Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha (Rua Inconfidência, 395 – bairro Primavera – Novo Hmburgo/RS).
Inscrições: dppi@liberato.com.br

Detalhes sobre o curso: Página sobre cursos de extensão no site da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha ou pelo fone (51) 3584 2010.

Investimento: R$ 240,00 (em 3 parcelas de R$ 80,00 ou 5% de desconto à vista).

Vagas limitadas.

Mais informações sobre a Tagarellas Audiodescrição: http://tagasblog.wordpress.com

59ª Feira do Livro de Porto Alegre terá oficina ministrada pela Tagarellas Audiodescrição

As vagas são limitadas e as inscrições estão abertas no Memorial do Rio Grande do Sul, de segunda a sexta, das 14h às 18h

“Audiodescrição: descobrindo o mundo pelas palavras” é o nome da oficina ministrada pela Tagarellas Audiodescrição, com apoio da ADEVIS-NH (Associação dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo), dentro da programação da 59ª Feira do Livro de Porto Alegre. As atividades, gratuitas, estão marcadas para 9 e 10 de novembro (sábado e domingo), das 16h às 18h, na sala Noé de Mello Freitas, no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo (Rua dos Andradas, 1223 – entre a Rua 24 Horas e a Rua General Câmara). As vagas são limitadas e devem ser solicitadas presencialmente, de segunda a sexta, das 14h às 18h, no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul (Rua Sete de Setembro, 1020 – na Praça da Alfândega, entre os prédios do Santander Cultural e do MARGS).

Para quem não conhece o recurso da audiodescrição, será uma oportunidade de entender, na prática, como é possível tornar qualquer produto cultural, evento ou serviço acessível a pessoas cegas e com baixa visão. Serão apresentadas noções básicas sobre roteiro, narração e consultoria em audiodescrição, além de exemplos da aplicação do recurso a produtos culturais.

SERVIÇO:

Oficina “Audiodescrição: descobrindo o mundo pelas palavras”.

Data: 9 e 10 de novembro (sábado e domingo), das 16h às 18h.

Local: Sala Noé de Mello Freitas CCCEV (Rua dos Andradas, 1223 – Centro Histórico)

Inscrições: Gratuitas, no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul (Rua Sete de Setembro, 1020 – Centro Histórico – Porto Alegre), de segunda a sexta, das 14h às 18h. Vagas limitadas.

Sobre a Tagarellas Audiodescrição: http://www.tagasblog.wordpress.com

Sobre a ADEVIS-NH: www.adevis-nh.org.br

Acessibilidade está se formando nas séries iniciais

Essa semana estive em um evento histórico no Rio Grande do Sul – e talvez no Brasil – no que diz respeito à acessibilidade. Minha irmã Julia Baierle Soares se formou em Administração de Empresas na UFRGS. A formatura contou com audiodescrição e intérprete de Libras. Outras formaturas da UFRGS já haviam contado com intérprete de Libras, mas foi a primeira vez que um evento como esse foi audiodescrito no Estado.

Preciso registrar aqui que as audiodescritoras da Tagarellas Audiodescrição Marcia Caspary e Mimi Aragon realizaram um trabalho fantástico. Posso dizer que foi a primeira vez que “vi” todos os detalhes da cerimônia. Geralmente essas solenidades são longas, com muitos discursos e também muitos elementos visuais, que para quem tem baixa visão como eu passam despercebidos, tornando o evento cansativo e entediante.

Dessa vez, porém, foi possível ter acesso a informações fundamentais como a entrega e a assinatura dos diplomas, a reação de cada formando, a forma de comemoração de cada um deles, as vibrações, as emoções da plateia, os sorrisos, os abraços, as lágrimas etc.

Marcia e Mimi, em um clima descontraído (mas com a seriedade e o profissionalismo de sempre) narraram aspectos visuais de toda a solenidade, desde o cenário, o ambiente do Salão de Atos, a distribuição das pessoas no palco, as cortinas, as cadeiras, a iluminação, os jogos de luz durante a cerimônia, os banners, os vídeos exibidos nos telões e as vestimentas dos formandos.

Foi tocante saber que alguns formandos iam receber os diplomas dançando ou sambando – o que pra mim foi uma grande surpresa, pois nunca consegui ver esses detalhes. Outros acenavam pra plateia. Alguns cumprimentavam toda a turma antes de receber o diploma. Outros davam um abraço coletivo nos colegas, formando um circulo e pulando. Fiquei emocionada quando Marcia narrou que um homem e uma moça deram um longo abraço, mas não um abraço qualquer, um abraço comovido e vibrante que balançavam o corpo todo.

Alguns formandos deixaram o capelo cair no chão na hora da foto. Sim, o “capelo”! Eis uma palavra nova que aprendi graças à AD. Capelo é o nome daquele chapéu dos formandos, que para mim não tinha nome ou chamava-se mesmo “chapéu de formatura” (ahahahha). Mais uma prova de como a AD amplia o vocabulário e a cultura das pessoas!

Outros formandos esqueciam de tirar a foto e tinham que voltar. Havia um funcionário no palco ajudando a arrumar os capelos na cabeça dos formandos na hora da foto. Além disso, a AD possibilite eu rir quando o capelo não encaixa na cabeça de uma formanda que está com um coque ou penteado diferente.

Foi emocionante em todos os aspectos. Me senti como em uma cerimônia de entrega do Oscar, com direito a informações sobre todos os detalhes e comentários sobre o significado daquela cerimônia. Foi emocionante para mim primeiro porque minha irmã estava se formando (aliás, ela também entrou fazendo dancinha no palco! Ehehehhe). Segundo porque eu sabia que aquele era um evento histórico, digno do meu maior respeito e admiração à UFRGS e à Tagarellas por proporcionar iniciativas como essa. Ao todo doze pessoas usaram fones de ouvido no evento, o que eu considero um número muito bom. Outras pessoas com deficiência visual além de mim também puderam compartilhar todas essas informações e emoções.

Tive a alegria de visitar as narradoras e amigas na cabine antes do evento começar. Elas disseram que eu estava linda com meu novo cabelo, que tinha cortado na altura do ombro especialmente para o evento! A emoção foi imensa.

Essa colação de grau me faz refletir que muitas coisas que eu imaginava que talvez levassem um século já estão ocorrendo agora. Tenho orgulho de vivenciar essas iniciativas. Tenho orgulho e satisfação em fazer parte dessa história e dessa mudança. Sei que essa foi apenas a primeira formatura audiodescrita no Estado. Sei que a acessibilidade ainda está longe de ser da forma como eu e tantas outras pessoas que sonham comigo gostaríamos.

Contudo, creio que os primeiros passos já foram dados. A semente está plantada. Algumas mudas já brotaram. Fazendo uma analogia ouso dizer que a Acessibilidade talvez esteja se formando, não na graduação, mas nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

Talvez ainda demore para a Acessibilidade estar se formando na graduação, mestrado ou doutorado e estar presente por toda parte, sem precisarmos cobrar o tempo todo, sem precisarmos enaltecer cada vez que isso ocorre. Talvez ainda demore para isso ser algo corriqueiro e comum. Mas eu também imaginava que não veria filmes com audiodescrição no shopping e isso já vem acontecendo em Porto Alegre – de forma pontual, é verdade, mas o importante é que já ocorre.

O mais difícil – que é dar os primeiros passos – já aconteceu. Agora é preciso alargar os passos, seguir em frente para disseminar essa atitude por toda a parte e preparar as próximas formaturas!