Caminho na rua, sinto o vento e o sol no rosto. Caminho devagar, observo o espaço que me cerca e o horizonte. O mundo nesse momento é a quadra da minha casa. Escuto o barulho das folhas das árvores, o canto dos pássaros. Sinto o vento que carrega o cheiro das flores de um jardim. Não penso em nada, só observo a interação entre a cidade e a natureza que me cercam.
Vento forte, sol vibrante, frio intenso. Carros, buzinas, pressa. A cidade emite suas vozes e reclames de costume. A vida segue automática diante dos meus olhos.
Meus pés, a cada passo, fazem um ruído no chão da calçada esburacada. Passeio livremente pelo trajeto que antes julgava conhecido e comum.
Mas as coisas de sempre, o caminho de sempre, de alguma forma, não estão mais tão iguais e obvios assim. Descobri como um dia de sol e um momento de calma podem servir para re-conhecer o mundo em que me insiro, a cidade que vivo, a rua onde moro, os espaços que frequento e, quem sabe, re-conhecer a mim mesma.