Oficina de Poesia

Uma bela oportunidade para os amantes das letras e da literatura!

A ACERGS, em parceria com a Coordenação da Descentralização da Cultura – SMC, oferece a oficina de Criação Poética, em formato acessível, dando prioridade ao público deficiente visual (cegos ou baixa visão).

A partir da grande repercussão na 57ª Feira do Livro de Porto Alegre, a Prefeitura de Porto Alegre aprovou o projeto Poesia Inclusiva da poeta Roselaine Funari. As aulas iniciam 16 de abril, às 14h, na Acergs (Rua Gen. Andrade Neves,100, 5º andar – Porto Alegre). As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas na recepção do próprio local.

Maiores informações: (51) 32253816 / (51) 32254911

Inscrições abertas para curso de audiodescrição

Estão abertas as inscrições para o Curso de Audiodescrição – Palavras Que Valem Por Mil Imagens, desenvolvido pela Mil Palavras Acessibilidade Cultural, em parceria com o Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo (Rua dos Andradas, 1223 – Porto Alegre). Os alunos serão capacitados para trabalhar com audiodescrição, recurso que torna produtos e espaços culturais acessíveis a pessoas cegas ou com baixa visão.

O curso conta com uma série de atividades práticas e apresentação de trabalhos para o público com deficiência. Os alunos poderão desenvolver-se como audiodescritores-roteiristas, narradores ou consultores (função específica para pessoas cegas ou com baixa visão, que avaliam as descrições e sugerem alternativas para sua melhor compreensão).

O curso destina-se a profissionais e estudantes – com ou sem deficiência visual – das áreas de educação, comunicação, letras, artes, produção cultural e demais interessados. As atividades, ministradas pela audiodescritora Letícia Schwatz, iniciam no dia 14 de abril, com carga horária de 48 horas, sempre aos sábados pela manhã. Vagas limitadas.

Informações e inscrições: (51) 3226-7974 ou http://www.milpalavras.net.br

Livros e revistas acessíveis

O acesso à informação por pessoas com deficiência visual está se ampliando cada vez mais. Há uma gama cada vez maior de livros e revistas em áudio ou em arquivo digital, que permitem a leitura no computador com o uso do leitor de tela ou em fontes ampliadas.

Existe ainda a possibilidade de você escutar seus livros e arquivos favoritos em um aparelho de mp3 ou celular. Não temos desculpa para não aproveitar toda essa oferta de conteúdo. Confiram abaixo alguns links que podem facilitar a sua busca por material acessível.

http://nossacultura.com.br/loja/

A Editora Nossa Cultura oferece diversos livros em áudio. São livros de ficção, humor, educação, biografias, finanças, jurídico, literatura, poesia, turismo, variedades. Você pode comprar o CD pelo site ou o arquivo para download.

http://www.iba.com.br

O Iba oferece jornais, livros e revistas para você comprar e baixar no computador. Estão disponíveis os principais jornais e revistas do país.

Eu particularmente ainda não comprei nada nesse site e tenho interesse em saber como é a acessibilidade do conteúdo. Quem comprar algo nesse site, por favor mande seu relato sobre como é a acessibilidade do conteúdo!

http://www.fundacaodorina.org.br/

A Fundação Dorina Nowill Para Cegos, com sede em São Paulo, oferece uma vasta coleção de livros em braille, CD, MP3 e formato Daisy. São livros de literatura brasileira e estrangeira, didáticos e material técnico. Todos eles são enviados gratuitamente pelos correios a usuários de qualquer lugar do país cadastrado a Biblioteca Circulante da instituição.

Já escutei diversos livros enviados pela Fundação. Um trabalho magnífico de promoção da cultura e do conhecimento por deficientes visuais. O usuário recebe os livros pelos Correios, fica com eles por um período determinado e depois os devolve pelos Correios sem pagar nada pela remessa, utilizando o sistema de Cecograma – serviço gratuito para envio de material em Braille ou em áudio de uso de deficientes visuais. Assim que você devolve o material, a Biblioteca encaminha os próximos livros que você solicitou, enviando sempre três livros por vez. Serviço totalmente gratuito.

Mais informações pelo email: biblioteca@fundacaodorina.org.br

Veja Falada

A Fundação Dorina Nowill disponibiliza ainda a revista Veja, da editora Abril, e a Revista Dorina em áudio, semanalmente. O conteúdo da revista Veja é lido integralmente e gravado em CD, no formato de MP3.

A Revista Dorina é produzida pelo própria Fundação e é enviada juntamente com a Veja Falada, trazendo informações sobre a instituição, informações, dicas e curiosidades de interesse do público com deficiência.

Eu escuto toda semana a Veja Falada. É um serviço fantástico. Ao invés de ficar tentando ler a revista impressa com uma lupa (de forma muito mais trabalhosa e cansativa) escuto no computador ou no Ipod as reportagens da revista. E o mais incrível ainda é que a revista em áudio chega na minha casa com menos de uma semana de atraso em relação à revista nas bancas.

Esse serviço tem o custo de R$10 mensais. Um valor simbólico, visto que são quatro revistas Veja mensais em áudio.

Mais informações pelo email: biblioteca@fundacaodorina.org.br

http://www.audioteca.org.br/catalogo.htm

A Audioteca Sal e Luz, com sede no Rio de Janeiro, também disponibiliza uma vasta coleção de livros em áudio para deficientes visuais e os envia gratuitamente pelos Correios para usuários de qualquer lugar do país. Confira a relação completa dos livros no site!

PARTICIPE!

Se você conhece outros sites ou instituições que oferecem conteúdo acessível escreva para o Três Gotinhas! Manda também seu depoimento sobre seus livros favoritos e experiências de leitura, dando as dicas para outros leitores!

Emails: mariana.baierle@uol.com.br ou tresgotinhas@gmail.com

Aventura no caixa eletrônico

Essa semana consegui usar o caixa eletrônico pela primeira vez sem precisar da ajuda de ninguém através do sistema de áudio. Sempre que precisava sacar dinheiro, dava o cartão para algum familiar tirar para mim ou entrava na agência do banco e retirava o dinheiro com um funcionário. Situação muito trabalhosa e incomoda, pois eu dependia do horário de funcionamento do banco (que, aliás, já é super reduzido) e ainda tinha que me dirigir até uma agência.

Quando fiz minha conta no Banco do Brasil dois anos atrás para receber a bolsa do mestrado os funcionários não souberam me explicar como eu fazia para usar o caixa eletrônico. Eu acabei então me acostumando – infelizmente – ao fato de ter sempre que entrar na agência na agência e retirar dinheiro no caixa com um funcionário.

Agora, cansada com essa situação e com o incentivo dos amigos Felipe Mianes e Fabiana Guedes, voltei à agência e pedi que resolvessem a questão. Fui enfática e expliquei o quanto era estressante ter que sempre entrar na agência e não poder retirar dinheiro em qualquer lugar que possuía um caixa, mas depender de da existência de uma agência e de seu horário de funcionamento.

Novamente os funcionários não sabiam como proceder para que eu pudesse usar o caixa eletrônico com os fones de ouvido. Fiquei cerca de uma hora no banco esperando enquanto os funcionários tentavam descobrir como me ajudar. Dessa vez eles estavam com mais boa vontade e disposição, mas ainda assim não sabiam como solucionar a questão.

Não tinham nenhum outro cliente com deficiência visual naquela agência, ou seja, nunca tinham realizado aquele procedimento. Ligaram para outras agências e instâncias superiores, até que fizeram uma conferência com os gerentes de Brasília. E nada de alguém saber como fazer a liberação para eu usar o caixa eletrônico.

No fim das contas, quando finalmente conseguiram me cadastrar como deficiente visual, disseram que o sistema demoraria 24 horas para reconhecer essa característica e autorizar o uso do caixa com os fones. Acabei tendo que retornar outro dia à agência para finalizar o processo.

Apesar do transtorno, posso dizer que valeu a pena o esforço. Foi uma experiência fantástica. Ao inserir os fones no caixa, a máquina começa a dar todas as opções de saldo da conta corrente, saldo da poupança, transferência, pagamentos, aplicações, saque, enfim, todas as operações que podem ser realizadas normalmente num caixa eletrônico. É preciso digitar apenas no teclado numérico a senha do cartão e os dígitos correspondentes aos comandos desejados.

Para segurança do usuário, a tela fica escura para que outras pessoas em volta não fiquem olhando suas operações. É preciso lembrar de sempre carregar o próprio fone na bolsa, pois os bancos não os disponibilizam.

Foi fantástica a experiência. Para quem sempre se incomodou com os bancos e a falta de acessibilidade nesses locais, isso representa um grande avanço na minha vida enquanto cliente. Me senti muito feliz e realizada.

Retirei dez reais apenas para testar e, de fato, deu certo. Foram os dez reais mais emocionantes e satisfatórios de toda minha vida. Não terei mais que entrar na agência, depender de horário do banco ou de outras pessoas para retirarem dinheiro e outras operações. A autonomia e a liberdade nas pequenas coisas do dia a dia têm um sabor especial.

Só gostaria que nas próximas vezes eu tenha mais saldo para retirar mais dinheiro…

Por Mariana Soares