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Autonomia e liberdade: um sonho possível

Faz pouco tempo que me deparei com a tal da audiodescrição e suas infinitas potencialidades. A cada dia, quanto mais conheço sobre o tema e a cada novo filme assistido, mais fico encantada e envolvida pelas novas possibilidades de lazer e acesso à cultura que se abrem para mim.

É fascinante sentar em frente à televisão sem estar angustiada ou indiferente por não captar os detalhes que só as imagens propiciam, ou ainda, sem incomodar quem está ao meu lado com incessantes perguntas sobre o que está se passando. Sinto-me vibrante e entusiasmada a cada segundo de audiodescrição por finalmente captar o sentido da história – uma sensação única jamais vivenciada em qualquer sala de cinema.

Passei, pela primeira vez, a criar expectativa sobre os filmes, a esperar que seu enredo me agrade, me envolva, tenha um significado na minha vida ou apenas me divirta. Antes, confesso, não esperava nada de um filme. Porque simplesmente não os assistia ou não os acompanhava.

Quando penso na audiodescrição, ainda me parece um sonho. Um universo infinito a ser explorado e desvendado em cada detalhe. Audiodescrição, em outras palavras, significa liberdade, autonomia, igualdade e respeito às diferenças. O acesso à cultura, ao entretenimento e à informação resgata o sentimento de pertencimento e de integração a um contexto, até então, inacessível e distante.

Às vezes tenho medo de acordar desse sonho e descobrir que é mentira. Sei que é real e que está aí. Meu maior receio talvez seja o de que esse recurso não seja disseminado e incorporado às salas comerciais de cinemas, teatros e espetáculos.

Não basta audiodescrição apenas em circuitos alternativos, festivais pontuais, sessões em horários diferentes dos que todo mundo costuma sair e se divertir. Quero assistir a filmes no mesmo horário, no mesmo local que meus amigos assistem. Quero audiodescrição como algo comum e usual em qualquer lugar, em qualquer evento.

Sim, em qualquer evento. Não é apenas no cinema que esse recurso é importante, mas em toda atividade artística, cultural, esportiva ou situação em que as imagens sejam relevantes para compreensão de seu significado e sentido.

Ao ler o texto “A audiodescrição entra na dança”, de Jorge Rein (disponível em http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/index.php/principal/issue/view/9/showToc), talvez eu tenha compreendido melhor o alcance desse recurso. Percebi a magnitude, ainda inexplorada por mim, da audiodescrição em diferentes ambientes e situações. Segundo o autor: “A audiodescrição pode ser definida como a tradução de imagens em palavras.  Sua aplicação, neste sentido, é universal. Qualquer produto que ofereça informações visuais é passível de ser audiodescrito e a dança não representa uma exceção”.

Fico satisfeita é saber que muitos coreógrafos, companhias de dança e de teatro já disponibilizam espetáculos audiodescritos. O texto cita exemplos de eventos em diversas partes do Brasil.

O meu sonho, nesse sentido, é estar viva para presenciar o dia em que todos os espetáculos, filmes e eventos tenham audiodescrição. Quero que Jorge Rein possa um dia reescrever esse texto sem precisar apontar os raros locais que viabilizam a audiodescrição no país, mas criticando e apontando especificamente aqueles que ainda não a possuem – constituindo-se eles de exceções, alvo de rechaça e contestação de toda a sociedade. Espero que isso não seja apenas um sonho, mas uma realidade possível e, a cada dia, mais próxima.

Texto “Adivinhação” na voz de Felipe Mianes

Meu amigo Felipe Mianes fez a gentileza de gravar em áudio meu texto “Adivinhação”, publicado aqui no dia 01/setembro. Fiquei emocionada com o resultado, pois ele é muito talentoso e a interpretação ficou ótima. Mas o que me deixou mais satisfeita é saber que, dessa forma, o texto estará acessível a um número maior de pessoas.

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Foco

ver desver entrever

multiver multifocar

desfocar focar enfocar

subfocar ultrafocar sufocar

 

foco?

nulo

oco

soco

 

foco sem foco

foco oco

foco nulo foco

foco desfoque

 

um foco mil focos

sem foco afoco

vida afoca

afoca vida

 

foco desenfoque

desenfoque em foco

foco a foco

sem foco sem sufoco

 

livre livre livre foco

livre livre foco livre

livre foco livre livre

foco livre livre livre

Texto do blog é notícia na ZH

O texto “Onde está a sinaleira?”, publicado aqui no dia 7 de agosto, virou notícia no ZH Petrópolis de ontem (22/set). Fiquei muito satisfeita em ver que o jornal está dando espaço para esse tipo de matéria. Agradeço meu amigo Gabriel que encaminhou a pauta para a ZH.

A publicação dessa matéria reforça minha esperança de que as coisas podem melhorar no trânsito e na nossa sociedade!

Clique AQUI para ver a matéria da ZH em .pdf!