OFICINA INTEGRADA DE DANÇA com Carla Vendramin

Oficina gratuita de dança contemporânea irá integrar pessoas com e sem deficiência e com e sem experiência em dança. Bela iniciativa. Fiquei com vontade de participar, vamos ver se os meus horários irão permitir!

O workshop é baseado em tarefas de movimento, improvisação e composição, a fim de propiciar a comunicação e a dança com a variedade de habilidades dos participantes. A partir de atividades de integração progride para atividades de movimento mais elaboradas. Os elementos da dança são comuns aos usuais em improvisação e composição, sendo o modo de conduzir a atividade o mote para facilitação e integração entre os participantes. Esta forma implica, entre outras coisas, em dar atenção à comunicação corporal tanto quanto a oral, a observação, a preparação e uso do espaço, a responsabilidade sobre o próprio corpo, a utilização de soluções dinâmicas, a entender e diferenciar tarefas de movimento e a encontrar soluções para dar suporte individual quando necessário.

O resultado é que todo o grupo constrói um entendimento comum, dentro das suas formas individuais e variadas de aprender, de se comunicar, expressar e movimentar. Dentro desta dinâmica, todos se sentem e são aptos a dançar, com maior ou menor experiência em dança, com ou sem deficiência. Todos constroem caminhos instigantes e desafiantes na dança individual e com o grupo.

Carla Vendramin é mestre em coreografia pela Middlesex University e fisioterapeuta. Pesquisou a dança integrada e trabalhou com grupos importantes nesta área na Inglaterra: Candoco, Entelechy, Amici, Dance Art Foundation. Também desenvolveu trabalhos integrados de dança no programa Step into Dance do Royal Academy of Dance, escola NewVic, 247 Markhouse Centre e foi convidada a ministrar workshop no 1o. Encludança – Encontro Inclusivo de Dança da Ilha da Madeira em 2010 e no 2o. Encontro O que é isso? de Dança, em Salvador em novembro de 2012. Carla realizou o Projeto Perspectivas com o financiamento do Funproarte e apoio instiucional do MACRS em 2012. Maiores informações em http://carlavendramin.blogspot.com/p/projeto-perspectivas.html

SERVIÇO:
O quê: OFICINA INTEGRADA DE DANÇA contemporânea com Carla Vendramin

Onde: Casa de Cultura Mario Quintana – Sala Hermes Mancilha

Quando: todas as QUARTAS-FEIRAS – de 14 de Março à 13 de junho
Dia 25/04/ não haverá aula.

Horário: às 14h

Público: Pessoas com e sem deficiência e com e sem experiência em dança

Inscrições gratuitas pelo e-mail carlavendramin@googlemail.com
Vagas limitadas! Inscreva-se logo!

Mais informações: (51) 8152 0223

Nova peça de Luciano Alabarse terá sessão com audiodescrição em Porto Alegre

Espetáculo estará acessível a pessoas cegas ou com baixa visão no dia 10 de março

Inimigos de Classe, a nova peça do diretor Luciano Alabarse que estreia em março no Theatro São Pedro, em Porto Alegre/RS, terá uma de suas apresentações audiodescrita. A sessão está marcada para o dia 10 de março, sábado, às 21h. Com a audiodescrição, pessoas cegas ou com baixa visão terão acesso a todo o conteúdo visual do espetáculo: cenário, figurinos, luz, caracterização dos personagens e suas expressões, gestos e movimentos em cena.

Para Alabarse, esse recurso de acessibilidade será fundamental para ajudar a transmitir a quem não enxerga, ou enxerga pouco, o tema atualíssimo do espetáculo: a falência do sistema educacional público no que diz respeito ao universo dos alunos marginalizados. “A peça tem muita ação e aposta suas fichas na construção dos personagens. Assim, a descrição de suas características, ações e ambiente será decisiva para facilitar o pleno entendimento das pessoas com deficiência visual”, afirma o diretor.

A audiodescrição será narrada ao vivo, tendo como base um roteiro previamente elaborado. O equipamento é o mesmo utilizado em eventos com tradução simultânea: fones de ouvido que captam o sinal de áudio emitido de dentro de uma cabine acusticamente isolada. Desta maneira, o som da audiodescrição será ouvido exclusivamente pelas pessoas que usarem o receptor. Basta solicitá-lo na entrada do Theatro, mediante a apresentação de documento de identidade.

A iniciativa é uma produção do estúdio Som da Luz em parceria com a Tagarelas Produções e tem apoio do Centro Especializado de Apoio Pedagógico e Produção (CEAPP) – um convênio entre a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) e a União de Cegos do Rio Grande do Sul (UCERGS). O roteiro da audiodescrição é de Mimi Aragón e Marcia Caspary, que também responde pela narração, com revisão de Marilena Assis, consultora cega e professora das redes públicas municipal e estadual, e supervisão de Lívia Motta, uma das maiores especialistas brasileiras em acessibilidade cultural.

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SERVIÇO

• Audiodescrição de Inimigos de Classe, nova peça de Luciano Alabarse. No elenco, Denis Gosch, Eduardo Steinmetz, Fabrizio Gorziza, Fernando Zugno, Gustavo Susin, Marcelo Adams, Marcelo Crawshaw e Mauro Soares.

• 10 de março, sábado, às 21h, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Recomenda-se chegar às 20h.

• Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do Theatro a partir do dia 1º de março e custam entre R$ 20 e R$ 50, com 50% de desconto para o público com deficiência visual. Mais informações pelos fones (51) 3227 5100 e (51) 3227 5300.

Detalhes sobre a produção da audiodescrição:
Estúdio Som da Luz e Tagarelas Produções
(51) 3086 0527 – (51) 8118 9814 – (51) 8451 2115

Feriado no Espírito Santo

Estive no Espírito Santo nesse carnaval. Foi um ótimo feriado. A capital capixaba é uma ilha, com cerca de 330 mil habitantes. Vitória é a quarta cidade mais populosa do estado, ficando atrás de municípios limítrofes de sua região metropolitana – Vila Velha, Serra e Cariacica.

Uma cidade muito aconchegante, onde eu e minhas amigas fomos muito bem recebidas. Estava bem vazia nesse período porque a maioria dos moradores viaja para outras praias do litoral (onde está o maior movimento) ou para a região serrana (em busca de um destino menos agitado).

Apesar de algumas praias em Vitória serem impróprias para banho, as belezas naturais são um dos principais atrativos da região. São lindas paisagens e uma estrutura urbana que notoriamente está em processo de desenvolvimento.

O contraste entre prédios de luxo na beira-mar e favelas na encosta dos morros lembra um pouco o Rio de Janeiro. Um estado com grande potencial para o turismo e a prestação de serviços, mas que aparentemente ainda não está explorando ao máximo esses setores de sua economia.

Tanto Vitória quanto Vila Velha, por onde circulamos mais, estão em processo de expansão. A economia baseada em atividades portuárias, na pesca, no comércio, na indústria e no turismo. A construção civil está em plena expansão. Há muitos edifícios comerciais e residenciais de primeira linha e tantos outros em construção.

O Convento da Penha, em Vila Velha, é um dos mais antigos do Brasil. Construído em 1558 no alto de um monte, o local é hoje um dos principais cartões-postais do Espírito Santo. Oferece uma das mais belas vistas panorâmicas da cidade da Grande Vitória.

Na imagem abaixo, eu em primeiro plano no morro onde está o Convento da Penha.

Apareço sorrindo, imagem da cintura para cima. Estou de óculos escuros, cabelo castanho claro preso, vestido verde floreado e corpo levemente virado para a esquerda.

Uma floreira separa o mirante onde estou da descida do morro. Ao fundo, vista aérea de Vila Velha em um dia de céu claro. Da direita para o centro da foto, ponte sobre o mar que liga a ilha de Vitória ao continente, onde se encontram muitos prédios, casas e construções. Ao longe, a silhueta de um morro.

Não pude deixar de registrar alguns pontos positivos e outros negativos que observei nesses quatro dias que passei lá quanto à acessibilidade e a outras questões importantes que me chamaram atenção.

Acredito que qualquer viagem, mesmo que curta, sempre tem muito a nos acrescentar. Sempre que visito um lugar novo fico atenta às peculiaridades do ambiente e do modo de vida das pessoas. Seguem algumas observações que julgo oportunas para quem pensa em conhecer o estado (ou mesmo ´para que vocês conheçam um pouco através desse blog).

Pontos fortes

1) A maioria das calçadas possui rebaixamento para acesso de cadeira de rodas. Os carros geralmente respeitam as faixas de segurança e param para os pedestres.

2) Não cheguei a conhecer a Praia da Sereia (em Vila Velha/ES), mas a guia de um dos passeios comentou que é uma praia com boa acessibilidade para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Dispõe de bóias e cadeiras de roda para uso na areia e no mar, além de dispor de uma equipe de pessoas treinada para dar instruções e auxílio aos banhistas.

3) As praias de Guarapari e a Praia da Costa (em Vila Velha) possuem rampas de acesso para cadeirantes. Em Guarapari, havia três cadeirantes na areia no dia que eu estava lá.

4) As cidades e as praias em geral são bem limpas. Não vi sujeira na areia da praia. Em um dos dias inclusive recebi uma sacolinha plástica na beira da praia para colocar o lixo.

A foto abaixo mostra a faixa de areia sem nenhum lixo, com o mar ao fundo, na praia de Cambori, em Vitória. O mar não tem muitas ondas. Ao longe, um homem está sentado na areia, de costas para a foto e de frente para o mar. Um pouco mais ao fundo há cerca de dez pessoas. Na linha do horizonte, veem-se morros. O céu está nublado.

5) Para chegar na Praia do Cambori é preciso passar por uma ponte. Nela, existe uma calçada para pedestres. Me chamou atenção o fato de que nesse espaço há corrimão dos dois lados da calçada. Isso aumenta a segurança e facilita o deslocamento de pessoas com mobilidade reduzida.

6) O calçadão na beira da praia de Vitória é bem amplo. Possui uma calçada grande para os pedestres e uma ciclovia. Inclusive para atravessar a rua há um espaço demarcado para os pedestres e outro para as bicicletas. O que falta ainda é uma sinalização tátil para os deficientes visuais.

Pontos fracos

1) Estive em um restaurante em Vitória chamado Pirão da Ilha, que fica na Ilha das Caieiras. Lá comi a famosa moqueca capixaba (hummmm!). O restaurante fica no píer, onde se tem uma linda paisagem para fotos. Há muitos barcos circulando e atracados, além de uma natureza é fascinante.

As mesas ficam na beira do mar, em um deck de madeira coberto em parte por um grande guarda-sol. Até ai, tudo bem. Contudo, para impedir que ele seja carregado pelo vento, o cabo foi amarrado ao parapeito do píer, de maneira que as cordas ficaram atravessadas a cerca de um metro do chão. São cordas finas, atravessadas na diagonal completamente no meio do caminho.

Essas cordas atrapalham a todos, pois são de difícil visualização e impedem a livre passagem das pessoas. Creio que locais que pretendem atender bem o turista devem se preocupar com essas questões, que são fundamentais para que os clientes sintam-se confortáveis no ambiente.

Para mim, trata-se inclusive de um fator determinante na hora de pensar em retornar ou não ao estabelecimento. Fios atravessados como essas são verdadeiras armadilhas para quem não enxerga ou tem baixa visão. Dificultam também a passagem de uma cadeira de rodas, de uma pessoa com mobilidade reduzida e até de um carrinho de bebê.

2) Vitória e Vila Velha, como já disse, são cidades vizinhas, separadas apenas por uma ponte. É inacreditável, mas há um pedágio cortando as duas cidades!!! Um absurdo sem tamanho! Aliás, Vila Velha é completamente cercada por pedágios, um no limite com Vitória e outro no limite com Guarapari. Os políticos que autorizaram um pedágio entre cidades tão próximas devem ter recebido muita propina… Uma situação lastimável.

3) A Praia dos Namorados, em Guarapari, é uma região lindíssima, mas não aconselho ninguém a ir durante o carnaval. A faixa de areia fica simplesmente intransitável, com um paredão de guarda-sóis e cadeiras que impedem até a vista para o mar.

Para caminhar até o mar era preciso percorrer um labirinto por entre as pessoas, baixar a cabeça para passar pelos guarda-sóis, pular as pessoas deitadas na areia. Uma situação muito desconfortável e complicada para mim e creio que para todos que estavam lá. Minha amiga brincou que deveria ter uma faixa de areia preferencial para pessoas com deficiência bem em frente ao mar. Diante da dificuldade que foi para mim circular por aquele emaranhado, acho sinceramente que seria uma boa ideia.

Os bares e restaurantes da região da orla de Guarapari também tinham imensas filas. É um destino turístico muito frequentado, mas que não tem capacidade para comportar o volume de pessoas que recebe durante o carnaval, deixando os espaços saturados.

4) O aeroporto de Vitória é muito pequeno. Com apenas um andar térreo, estava super lotado, com pouco espaço nos balcões de atendimento das companhias aéreas, além de sanitários com longas filas e precária estrutura de alimentação e comércio. Está saturado para o fluxo de passageiros que recebe, o que infelizmente não é uma novidade entre os aeroportos brasileiros.

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