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Propaganda com audidoescrição

Me emociono ao assistir a propaganda de Natal da Companhia Zaffari com audiodescrição (Clique aqui para ver). É simplesmente de uma sensibilidade incrível.

Fico com os olhos cheios de lágrimas cada vez que a assisto. Foi a partir da audiodescrição que pude compreendê-la em sua plenitude, pois possui muitas informações visuais e detalhes que passam com rapidez.

Esse recurso é fundamental tanto para pessoas cegas quanto com baixa visão.

Até o momento, ela encontra-se disponível com audiodescrição somente na Internet.

Creio que o próximo passo seja disponibilizá-la na televisão comum, para ser exibida com audiodescrição quando o espectador apertar a tecla SAP – como já acontece com alguns (poucos) programas.

As pessoas com algum tipo de deficiência constituem-se de cerca de um quarto da população brasileira. Precisam ser pensadas e consideradas enquanto público consumidor e, portanto, alvo de estratégias de marketing, comunicação e campanhas publicitárias.

Agências de publicidade e os próprios anunciantes devem exigir audiodescrição em todos os comerciais.

Propagandas que não trouxerem audiodescrição serão, em um futuro próximo, rechaçadas automaticamente pelos consumidores – pessoas com e sem deficiência, que passarão a exigir acessibilidade em qualquer anúncio.

Não estou falando de um favor. Estou falando de um dever e um direito de todos.

Propaganda com audiodescrição

Me emociono ao assistir a propaganda de Natal da Companhia Zaffari com audiodescrição (Clique aqui para ver). É simplesmente de uma sensibilidade incrível.

Fico com os olhos cheios de lágrimas cada vez que a assisto. Foi a partir da audiodescrição que pude compreendê-la em sua plenitude, pois possui muitas informações visuais e detalhes que passam com rapidez.

Esse recurso é fundamental tanto para pessoas cegas quanto com baixa visão.

Até o momento, ela encontra-se disponível com audiodescrição somente na Internet.

Creio que o próximo passo seja disponibilizá-la na televisão comum, para ser exibida com audiodescrição quando o espectador apertar a tecla SAP – como já acontece com alguns (poucos) programas.

As pessoas com algum tipo de deficiência constituem-se de cerca de um quarto da população brasileira. Precisam ser pensadas e consideradas enquanto público consumidor e, portanto, alvo de estratégias de marketing, comunicação e campanhas publicitárias.

Agências de publicidade e os próprios anunciantes devem exigir audiodescrição em todos os comerciais.

Propagandas que não trouxerem audiodescrição serão, em um futuro próximo, rechaçadas automaticamente pelos consumidores – pessoas com e sem deficiência, que passarão a exigir acessibilidade em qualquer anúncio.

Não estou falando de um favor. Estou falando de um dever e um direito de todos.

De cor em cor

De cor em cor

A cada cor

o mundo nasce

 

Mundo sem cor

Acolor

Mundo com cor

Multicolor

 

Esmalte com cor

Sem cor incolor

Com muita cor

Não sei que cor

 

Brinco prata

ou dourado?

Brinco dourateado

Combinando com o sapato?

 

Para dançar

precisa de cor?

Precisa combinar

Mesmo no escuro?

 

Transcender

Trans  – cen – der

Trans – sem – ver    

 

Ver sem ver

Olhar e ver

Ver sem olhar

 

Olhar e enxergar

o mundo cinza

 

Colorar o olhar

Transolhar sensível

 

Olhar e enxergar

as cores do mundo

mesmo escuro, cinza e frio

Profissionalismo sim, caridade não

Ao comentar com uma pessoa conhecida sobre o curso de audiodescrição em ambientes culturais que estou fazendo na UFRGS, fui interpelada com o questionamento se a atividade tinha algum convênio ou relação com uma instituição social.

 

Respondi que não e perguntei: “Por quê? Deveria ter algum convênio?”. E a pessoa respondeu: “É que geralmente essas coisas têm um cunho social e são ligadas a alguma ação filantrópica”.

 

Melhor nem perguntar o que a pessoa quis dizer com “essas coisas” para não me incomodar, pensei. Mas essa situação não saiu da minha cabeça desde então.

 

Fiquei pensando o quanto qualquer ação em prol da acessibilidade ainda está ligada no imaginário das pessoas a uma obra social e até a caridade.

 

Acessibilidade ainda não é encarada como uma obrigação, um dever e uma responsabilidade de todos.

 

O que mais me chama atenção no curso, no qual tenho o privilégio de ser aluna da Letícia Schwartz, é o profissionalismo e a seriedade com que a audiodescrição vem sendo apresentada. A ministrante, em nenhum momento, se coloca em uma postura de benevolência, comiseração ou compaixão com os deficientes visuais.

 

Aliás, muito pelo contrário. O tema é tratado com o respeito e a seriedade merecidos.

 

Nesse curso, o deficiente visual não é entendido como alguém sem capacidade intelectual ou posicionamento crítico – como infelizmente ainda acontece nos dias de hoje.

 

O deficiente visual é ouvido e consultado durante todo o processo de produção de qualquer material com audiodescrição. Somos, acima de tudo, valorizados enquanto consumidores e espectadores.

 

Toda a sensibilidade, talento e capacidade criativa dos alunos são empregados no sentido de produzir audiodescrição de qualidade. A busca pela excelência e pelo aprimoramento são constantes.

 

E como consumidores, queremos e merecemos material de primeira linha. Não vamos nos contentar com qualquer coisa que leve o rótulo de “inclusiva” sem atentar à sua qualidade.

 

Não queremos pessoas prestando uma “boa ação”. Queremos profissionais competentes que saibam fazer audiodescrição empregando toda a técnica e o talento a fim de igualar o acesso a cultura por pessoas com e sem deficiência visual.

 

Espero que cada vez mais as pessoas passem a entender e a compreender o sentido e a importância da acessibilidade e da audiodescrição da forma como a Letícia entende.

 

Pena e caridade, não. Profissionalismo e busca pela excelência constante, sim.